Segundo estudo realizado pela Frontier Economics e o Centro Colaborador para Artes e Saúde da Organização Mundial da Saúde, sediado na Universidade College London, consumir arte e cultura traz vários benefícios à saúde. Entre eles, pode aliviar a dor, fragilidade, depressão e dependência de medicamentos.
Segundo o estudo, publicado no The Guardian, ir a um evento artístico ou participar de uma atividade cultural, mesmo que ocasionalmente, como a cada poucos meses, pode trazer uma série de benefícios “significativos”.
“O envolvimento com a arte performática, como peças de teatro, musicais e balé, e particularmente a participação na música, está ligado à redução da depressão e da dor e à melhoria da qualidade de vida.
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Já a professora Daisy Fancourt, diretora do centro da OMS e também coautora da pesquisa, afirmou que “o envolvimento nas artes tem efeitos diversos e tangíveis na saúde, desde o apoio ao desenvolvimento cognitivo e a proteção contra o declínio cognitivo, até a redução dos sintomas de doença mental e melhorar o bem-estar, reduzindo a dor e o stress, através das mesmas vias neurológicas e fisiológicas ativadas pela medicação, reduzindo a solidão e mantendo o funcionamento físico, reduzindo assim a fragilidade e o declínio físico relacionado com a idade”.
O estudo
Feito com 13 grupos diferentes de pessoas, que vão de jovens até aos mais idosos, a saúde e o bem-estar de todos melhoraram quando passaram a frequentar atividades artísticas.
Um grupo de pessoas com mais de 65 anos que tiveram aulas de desenho semanais durante três meses no museu local, criaram um dividendo financeiro de, em média, £1.310 cada (cerca de R$ 10 mil), por irem menos ao seu médico de família e sentirem-se melhor sobre suas vidas.
Já outro grupo, com 3.333 jovens adultos com idades entre 18 e 28 anos concluiu que aqueles que participavam em atividades artísticas, musicais ou teatrais sentiam-se mais felizes e que, como resultado, as suas vidas tinham mais significado e valor.
A Frontier calculou que a cultura e a arte proporcionam benefícios de £8 bilhões de libras para a sociedade. A maior parte destes recursos provém da melhoria da qualidade de vida das pessoas e a outra é da melhoria da produtividade no trabalho.
Cortes no financiamento das artes: risco à Saúde pública
As conclusões “sugerem que não só o investimento adicional nas artes poderia ser valioso para os indivíduos e para o serviço de saúde como parte de uma agenda de saúde preventiva, mas também quaisquer cortes no financiamento ou fornecimento de artes devem ser considerados um risco para a saúde pública com ramificações econômicas individuais e sociais”, disse ainda a professora Fancourt. Por Julinho Bittencourt.Gilberto Gil e Margareth Menezes.Créditos: Twitter/Reprodução