A recente crise política entre o governador Gladson Cameli (PP) e o senador Alan Rick (União Brasil) ganhou novos contornos após a publicação de Daniel Zen, ex-deputado estadual e ex-secretário do Acre, nas redes sociais. Zen destacou que o rompimento político entre os dois revelou a prática de nepotismo em favor do senador.
Em sua publicação, Daniel Zen criticou a nomeação de parentes do parlamentar em cargos de confiança do governo. “Passei 8 anos como secretário de Estado e mais 8 como deputado e NUNCA tive mãe, irmão, cunhado(a), tio(a) ou primo(a) nomeado(a), a meu pedido, no governo, em outros poderes ou instituições”, escreveu.
Zen também alfinetou políticos que, segundo ele, utilizam o discurso de “defesa da família” para benefício próprio. “É por essas e outras que tenho certeza de que, quando essa galera fala que defende a família, na verdade, tão falando só da própria família deles… Se aproveitar do poder que se exerce para acomodar parentes em cargos ajuda a se manter no poder”, afirmou.
A crise teve início após o governador Gladson Cameli exonerar diversos aliados de Alan Rick de cargos comissionados, indicando um rompimento político entre as lideranças. A decisão foi interpretada como uma reação à aproximação de Alan Rick com grupos de oposição ao governo.
A denúncia de nepotismo traz à tona debates sobre ética e gestão pública no estado do Acre. Enquanto alguns defendem que as exonerações são parte de um ajuste político natural, outros argumentam que as nomeações familiares são reflexo de práticas que enfraquecem a transparência e a moralidade administrativa.
O episódio marca mais um capítulo das turbulências políticas no Acre e reforça a importância de um debate mais amplo sobre o uso de cargos públicos como ferramenta de manutenção de poder.
