Defensoria pública do Acre é destaque em premiação nacional da Anadep com práticas de justiça climática
Defensor público Henry Sandres conquistou o 2º e 3º lugar no concurso “Justiça Climática é Justiça Social”, com projetos voltados à energia limpa e à regularização fundiária sustentável.
A presidente da Associação das Defensorias e Defensores do Acre, Bárbara Abreu e o defensor público Henry Sandres.
O defensor público Henry Sandres, da Defensoria Pública do Acre (DPE/AC), conquistou segundo lugar na categoria Boas Práticas e terceiro lugar na categoria Defensoria Verde do concurso regional “Justiça Climática é Justiça Social”, promovido pela Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos (Anadep). O resultado foi anunciado nesta sexta-feira, 7, durante o Encontro das Defensoras e Defensores Públicos das Regiões Norte e Nordeste, realizado em Fortaleza (CE).
A Defensoria Pública do Acre foi a única instituição do país premiada nas duas categorias do concurso, com as práticas “Justiça Climática e Regularização Fundiária Sustentável em Brasiléia” e “Luz para Todos na Amazônia: energia limpa e dignidade para comunidades rurais e extrativistas”. O reconhecimento evidencia o alcance social das ações desenvolvidas pela instituição em defesa de populações afetadas por mudanças climáticas e pela necessidade de políticas públicas essenciais.A DPE/AC foi a única instituição do país com práticas finalistas nas duas modalidades. Foto: cedida
Segundo o defensor público Henry Sandres, a participação no evento foi uma oportunidade de intercâmbio e aprendizado.
“Foi um encontro muito produtivo, com palestras de grandes nomes do direito constitucional, como Daniel Sarmento e Dirley da Cunha, além de debates sobre inteligência artificial e saúde mental na atuação defensorial. Ficamos em segundo lugar em uma categoria e em terceiro na outra, sendo a única Defensoria premiada duas vezes. É um motivo de alegria, porque mostra que o trabalho desenvolvido no Acre tem contribuído de forma relevante para a pauta ambiental e social”, afirmou.O defensor Henry Sandres durante apresentação. Foto: cedida
As duas práticas abordam diferentes dimensões da justiça climática na Amazônia. No projeto “Luz para Todos na Amazônia”, a Defensoria atuou para garantir energia elétrica a famílias de comunidades rurais e extrativistas da Reserva Extrativista Chico Mendes e de outros municípios acreanos, por meio de articulações administrativas e ações civis públicas. O objetivo foi assegurar o direito à energia limpa e acessível, promovendo inclusão e melhores condições de vida.
Já o caso “Justiça Climática e Regularização Fundiária Sustentável em Brasiléia” trata da mediação conduzida pela Defensoria após as enchentes de 2020, que atingiram cerca de 90% do município e deixaram 350 famílias desabrigadas. A atuação resultou na construção de um acordo que caminha para a regularização fundiária da área, com compromisso do poder público em implantar infraestrutura e serviços básicos.
A presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos do Acre (ADPACRE), Bárbara Abreu, destacou a relevância da premiação para a categoria.
“É uma conquista que demonstra o comprometimento da Defensoria com pautas estruturantes, como o meio ambiente, a moradia e o acesso à energia. As práticas premiadas mostram que a instituição tem desenvolvido soluções concretas para problemas reais, unindo técnica, sensibilidade e diálogo com as comunidades”, afirmou.A delegação da Defensoria Pública do Acre participou do Encontro Norte e Nordeste da ANADEP, em Fortaleza (CE). Na foto, as defensoras Bárbara Abreu e Laís Andrade com o defensor Henry Sandres, vencedor de dois prêmios no concurso “Justiça Climática é Justiça Social”. Foto: Cedida.
O evento contou com palestras sobre acesso à justiça, inteligência artificial e saúde mental, e encerrou com a conferência “Justiça Climática é Justiça Social”, tema da Campanha Nacional 2025 da Anadep. Representando o Acre, também participou da programação a defensora pública Laís Andrade.