A atuação do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (RBTrans) tem sido alvo de duras críticas da população rio-branquense. Moradores questionam a postura da autarquia, que, segundo eles, concentra esforços quase exclusivamente em operações de fiscalização e aplicação de multas, deixando em segundo plano medidas estratégicas para prevenção de acidentes e melhoria da mobilidade urbana.

Um vídeo enviado à nossa equipe de reportagem evidencia a situação. Nas imagens, um forte aparato da RBTrans envolvendo viaturas e vários agentes de trânsito é mobilizado para abordar um condutor de bicicleta motorizada. O episódio rapidamente gerou repercussão nas redes sociais, com internautas criticando o que consideram “excesso de rigor em situações de menor gravidade”, enquanto acidentes graves continuam crescendo nas ruas da capital acreana.

De acordo com dados recentes do setor de saúde e segurança, Rio Branco registra altos índices de acidentes de trânsito, muitos deles fatais. Especialistas apontam que a ausência de políticas de educação no trânsito, falhas na sinalização e a falta de estudos sobre a dinâmica viária da capital contribuem para o cenário alarmante.

Enquanto isso, a percepção popular é de que o órgão atua de maneira “punitiva”, sem oferecer soluções estruturais.

“Parece que o RBTrans só aparece para multar. O que a gente não vê são campanhas educativas, melhorias na sinalização ou projetos que realmente salvem vidas”, comenta um morador do bairro Calafate.

Outro cidadão ressalta: “Se todo esse esforço fosse aplicado em estudos de tráfego e estratégias de prevenção, talvez não tivéssemos tantos acidentes.”

Autoridades de trânsito defendem que a fiscalização é parte essencial da segurança viária. No entanto, especialistas em mobilidade urbana destacam que a aplicação de multas deve ser apenas uma das ferramentas de gestão, e não o pilar central da política pública.

Para eles, a ausência de planos consistentes de engenharia de tráfego, campanhas educativas e investimentos em infraestrutura coloca Rio Branco em uma posição frágil, onde o trânsito continua sendo um dos principais causadores de mortes e internações hospitalares.

O desafio da gestão

O episódio com a bicicleta motorizada reacende a discussão sobre as prioridades do RBTrans. Enquanto uma parte da população vê a necessidade da fiscalização, cresce o coro dos que pedem por uma gestão mais preventiva, capaz de combinar ordem e segurança sem abrir mão de estratégias modernas de mobilidade.