Celebrado no segundo domingo de maio, o Dia das Mães é uma das datas comemorativas mais importantes do calendário brasileiro. Mais do que um momento para presentear ou reunir a família, a data carrega uma origem marcada por amor, luto e ativismo social.
Embora a celebração oficial tenha sido instituída no Brasil por decreto do presidente Getúlio Vargas, sua criação moderna remonta aos Estados Unidos, no início do século XX, como homenagem à ativista Ann Jarvis. A história por trás dessa comemoração tem raízes profundas no cuidado com o próximo e na luta por melhores condições de vida.
Ann Jarvis, metodista e ativista social, dedicou sua vida a ajudar mães e famílias carentes em sua comunidade na Virgínia Ocidental. Em meio à precariedade sanitária da época, ela criou os Mother’s Day Work Clubs, grupos de apoio que promoviam saúde e higiene entre as populações mais vulneráveis. Durante a Guerra Civil Americana (1861–1865), seu trabalho se estendeu ao auxílio de soldados feridos — de ambos os lados do conflito —, sempre com foco na empatia e na reconciliação.
Após o fim da guerra, Ann promoveu o Mother’s Friendship Day, um encontro com mães de combatentes da União e dos Confederados, visando promover a paz e a reconciliação entre famílias divididas pelo conflito.
Seu legado tocou profundamente a filha, Anna Jarvis, que após a morte da mãe em 9 de maio de 1905, decidiu eternizar sua memória com uma data especial. Em 1908, organizou a primeira celebração do Dia das Mães, em uma cerimônia realizada em uma igreja da Virgínia Ocidental.
Anna Jarvis iniciou uma campanha nacional para que o Dia das Mães se tornasse uma data oficial nos Estados Unidos. Com o apoio de figuras influentes como o comerciante John Wanamaker, e mesmo enfrentando resistências iniciais no Senado, sua persistência fez a diferença.
Em 1910, a Virgínia Ocidental tornou-se o primeiro estado norte-americano a reconhecer oficialmente a data. Quatro anos depois, em 1914, o Congresso dos EUA aprovou o projeto que estabelecia o segundo domingo de maio como o Dia das Mães, com ratificação do então presidente Woodrow Wilson.
Embora a comemoração moderna tenha sido consolidada no século XX, festividades dedicadas à figura materna remontam à Antiguidade. Civilizações como a grega e a romana já realizavam rituais em homenagem a figuras femininas divinas, como Reia, a mãe dos deuses. Não há ligação direta entre essas celebrações e o Dia das Mães atual, mas os historiadores destacam que o reconhecimento da importância materna é algo presente em diferentes culturas e épocas.
Hoje, a data representa muito mais do que flores e presentes. É uma oportunidade de valorizar a maternidade, reconhecer lutas individuais e coletivas e, acima de tudo, celebrar o amor incondicional que marca a relação entre mães e filhos.