A diretora do presídio feminino Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, Maria Dalvani de Azevedo, está no centro de graves denúncias feitas por detentas da unidade. As presas alegam sofrer maus-tratos, tortura física e psicológica, e afirmam que as condições dentro do presídio se tornaram insuportáveis. As ações da diretora são vistas como uma ameaça às suas vidas.
Entre as denúncias, as detentas relatam o uso indiscriminado de medicamentos controlados, o que de acordo com elas, teria resultado na morte de uma presa neste mês. A detenta Liane Gomes das Chagas foi a vítima fatal mais recente, segundo as presas, e sua família só foi informada após seu falecimento. Outra detenta está internada em estado grave, conforme informado em uma carta enviada ao juiz Hugo, da Vara de Execuções Penais de Rio Branco.
“Dr. Hugo, pelo amor de Deus, precisamos que essa mulher, Dalva, a diretora, saia daqui. Quantas pessoas mais terão que morrer para que o governo e o Judiciário vejam que estamos sendo torturadas psicologicamente? Ela não está apenas nos matando, como também as nossas famílias. Tem mais uma presa internada. A que morreu, Liane Gomes das Chagas, só teve a família avisada depois de morta. Estamos aqui para pagar pelo que fizemos, só queremos respeito”, diz trecho da carta.
Além das denúncias de tortura e maus-tratos, as detentas relatam o abandono de projetos de qualificação profissional que deveriam ser implementados na unidade, como o salão de beleza, uma iniciativa que nunca saiu do papel.
Outro grupo que se manifestou contra a gestão da diretora Maria Dalvani foi o de presas LGBTQI+. Elas denunciam discriminação por parte da diretora, em uma carta que descreve a situação como insustentável:
“Somos LGBTQI e somos discriminadas pela opressora Dalva, que nos trata feito bichos. Fazemos denúncias há tempos, mas ninguém faz nada. A morte da presa do Carmélia já era anunciada. Muitas tentam se matar, e mais mortes podem acontecer.”
A diretora nega as acusações e afirma que quanto ao projeto do salão de beleza, afirma está em busca de parceiros para disponibiza professores. Por outro lado, afirmou que todas participam das mesmas atividades, sem qualquer distinção.
“O projeto foi desenvolvido por nós, e todo o material está na unidade. O que faltava era encontrar parceiros para disponibilizar professores, o que conseguimos há duas semanas. Estamos aguardando a confirmação da data para iniciar as aulas”, disse.