Rio Branco, AC, 19 de abril de 2025 07:20
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Em 2025, crianças ainda precisam amarrar sacolas nos pés para ir à escola, denuncia Jarude

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Em pleno 2025, crianças ainda precisam envolver os pés em sacolas plásticas para conseguir chegar à escola sem se sujar de lama. A cena, que mais parece de um passado distante, é a realidade de dezenas de famílias no bairro Santa Maria, na Vila Acre, em Rio Branco, onde a falta de infraestrutura transforma a simples ida à escola em um verdadeiro percurso de guerra.

Na última quarta-feira (19), a equipe do deputado Emerson Jarude (NOVO) foi até a região fiscalizar as condições das vias e ouvir os relatos desesperados dos moradores. O que encontrou foi um cenário de abandono total: ruas esburacadas e cobertas de lama, onde pais precisam carregar os filhos no colo ou obrigá-los a trocar de roupa ao chegar na Escola Santa Maria II, porque não há outra forma de mantê-los limpos.

“Se não coloco sacolas nos pés dos meus filhos antes de sair de casa, eles chegam encharcados de lama. Muitas vezes, levo os uniformes numa mochila para que se troquem na escola”, lamenta Maria Luana, mãe de três alunos. “Já aconteceu de termos que voltar para casa, porque caímos na lama e não tinha como continuar o caminho”, completa.

A situação tem impactado diretamente a educação dessas crianças. Muitos pais simplesmente desistem de levá-los à escola em dias de chuva intensa, prejudicando a frequência e o aprendizado.

Para Raimundo Branco, a frustração já virou rotina: “A gente se preocupa porque eles saem cedo de casa e, se chove, a caminhada vira um sofrimento. Nós, pais, já tentamos de tudo, até compramos entulho para amenizar a situação, mas não é nossa obrigação consertar ruas. Só queremos que nossos filhos possam estudar sem passar por isso”.

E não é só a educação que sofre com esse descaso. O isolamento do bairro também dificulta o acesso a serviços básicos, colocando vidas em risco. Quando alguém adoece, o SAMU não consegue chegar até as casas. “Se um aluno passa mal, os pais precisam carregá-lo até a estrada principal, porque ambulâncias não entram aqui”, denuncia Antônio Carlos, outro morador da região.

Após anos de promessas não cumpridas, a comunidade agora exige soluções reais e urgentes. “Nossos filhos merecem chegar limpos, seguros e prontos para aprender, não exaustos de tanto lutar contra a lama”, desabafa Raimunda Andrade, que há mais de 10 anos vê gerações de crianças enfrentando esse drama.

Diante dessa situação absurda, o deputado Emerson Jarude já anunciou que vai encaminhar um ofício à Prefeitura de Rio Branco exigindo reparos imediatos no Ramal da Castanheira. A população espera que, dessa vez, a resposta não seja mais um silêncio.