Rio Branco, AC, 7 de junho de 2025 12:39
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“Estamos à beira do colapso”: médicos da UPA do Segundo Distrito denunciam pressão abusiva e risco à segurança dos atendimentos

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Médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, em Rio Branco, denunciaram uma série de irregularidades que, segundo eles, colocam em risco não apenas a saúde dos profissionais, mas também a segurança dos pacientes atendidos diariamente na unidade. A categoria busca apoio do Sindicato dos Médicos do Acre (SINDMED), do Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Ministério Público do Estado para que a situação seja apurada com urgência.

De acordo com os relatos, os profissionais estão sendo submetidos a pressões constantes por parte da equipe de acolhimento da unidade para acelerar o ritmo dos atendimentos, muitas vezes sob ordens impositivas. O resultado tem sido uma sobrecarga insustentável. Há relatos de médicos realizando até 60 atendimentos por plantão, o que, segundo eles, representa uma condição de trabalho degradante.

“Não somos máquinas. Atender 60 pacientes em um único dia é uma condição desumana”, declarou um médico sob anonimato, com receio de retaliações.

Outro ponto que preocupa a categoria é o vínculo estreito entre a atual diretora da unidade e a equipe de acolhimento. A gestora, que anteriormente chefiava esse setor, agora estaria influenciando diretamente as diretrizes repassadas aos acolhedores, intensificando a cobrança por maior produtividade sem considerar as limitações humanas e técnicas da equipe médica.

Os profissionais também criticam a classificação de risco adotada pela triagem, que, segundo eles, estaria sendo utilizada de maneira equivocada. Casos crônicos e sem urgência vêm sendo frequentemente classificados como “amarelos” ou “verdes”, aumentando o número de pacientes na fila de atendimento médico, mesmo sem real necessidade de urgência. A ausência de classificações “azuis” – que indicariam pacientes sem necessidade de pronto atendimento – reforça as suspeitas de distorção nos protocolos de triagem.

A situação tem gerado desgaste físico, emocional e psicológico nos profissionais da saúde, que alertam para o risco iminente de erros médicos por exaustão. O grupo exige providências imediatas e reafirma a necessidade de condições mínimas de trabalho, respeito à ética profissional e, acima de tudo, segurança para os pacientes.