Rio Branco, AC, 19 de julho de 2025 01:51
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Focos de incêndio avançam na Amazônia e afetam qualidade do ar no Acre; especialistas alertam para riscos à saúde

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A Amazônia registrou 71 focos de incêndio entre ontem (15) e hoje (16), segundo dados do sistema TerraBrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Parte significativa dos focos está localizada no Acre, o que já impacta diretamente a qualidade do ar no estado.

Em Rio Branco, a poluição atmosférica alcançou índices superiores a 120 no padrão AQI (Índice de Qualidade do Ar) — número que indica nível insalubre. De acordo com critérios da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (US EPA), qualquer índice acima de 100 pode causar efeitos à saúde em parte da população, com riscos mais severos para crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças respiratórias.

Em Cobija, cidade boliviana vizinha a Brasiléia, sensores da plataforma Purple Air registraram, nas últimas 24 horas, picos de PM2.5 (material particulado fino) no nível 172, também classificado como “insalubre”. Este tipo de partícula pode penetrar profundamente nos pulmões e até na corrente sanguínea.

Entenda os riscos à saúde com base nos dados do AQI (US EPA):

AQI de 101 a 150: Pessoas sensíveis (crianças, idosos, asmáticos) podem apresentar efeitos adversos;
AQI de 151 a 200: Parte da população pode sentir sintomas respiratórios leves. Grupos sensíveis podem ter efeitos mais sérios;
AQI acima de 200: Nível muito insalubre, com risco elevado de problemas respiratórios e cardiovasculares.

Recomendações para a população
Diante dos índices elevados, autoridades de saúde recomendam os seguintes cuidados:

Evite atividades físicas ao ar livre, principalmente no início da manhã e fim da tarde, quando o ar tende a estar mais carregado;
Mantenha portas e janelas fechadas, especialmente em áreas próximas a queimadas;
Use máscaras PFF2 ou N95 em ambientes externos com maior concentração de fumaça;
Hidrate-se constantemente e, se possível, utilize umidificadores de ar dentro de casa;
Procure atendimento médico ao apresentar sintomas como tosse seca, falta de ar, ardência nos olhos ou dor no peito;
Grupos de risco devem redobrar a atenção e evitar exposição prolongada.

A situação exige atenção regional
Os dados reforçam a necessidade de ações emergenciais de contenção das queimadas e monitoramento constante da qualidade do ar. A população do Acre e de áreas fronteiriças como Pando (Bolívia) já sofre com os impactos da fumaça e do material particulado em níveis considerados insalubres.

A previsão para os próximos dias é de clima seco e poucas chuvas, o que aumenta o risco de agravamento do cenário. Órgãos ambientais e de saúde seguem em alerta.