A Polícia Federal desencadeou uma operação contra uma organização criminosa que estava fraudando o Programa Farmácia Popular para financiar uma rede internacional de tráfico de drogas.
As operações foram realizadas em Goiás, Paraíba, Mato Grosso, Acre, Minas Gerais e no Distrito Federal.
O esquema consistia em farmácias inativas que permaneciam registradas no programa, permitindo o registro de vendas fictícias de medicamentos. Os recursos desviados eram utilizados para sustentar o comércio de entorpecentes provenientes de países da América do Sul.
A Justiça Federal de Goiás emitiu 106 ordens judiciais, que incluem seis mandados de prisão, 26 mandados de busca e apreensão, além de medidas para o bloqueio de bens e ativos financeiros, totalizando R$ 39 milhões.
A investigação teve início após a detenção de dois suspeitos que transportavam uma grande quantidade de cocaína para Luziânia (GO). A carga pertencia a um traficante que chegou a se candidatar ao cargo de vereador nas eleições municipais de 2024. De acordo com a PF, a rede criminosa estava envolvida na importação de drogas da Bolívia, Colômbia e Peru, revendendo os entorpecentes no Distrito Federal e em outros estados.
O rastreamento das transações financeiras do grupo revelou que os traficantes utilizavam farmácias como fachada para a lavagem de dinheiro. Ao todo, foram identificadas 28 empresas registradas no Programa Farmácia Popular que estavam sendo utilizadas para fraudar o sistema. O esquema incluía a aquisição de farmácias desativadas, que tinham seus cadastros mantidos ativos. Posteriormente, os criminosos realizavam alterações societárias e associavam as empresas a laranjas.