O prefeito de Sena Madureira, Gerlen Diniz, começou seu mandato em 2025 adotando uma postura de austeridade fiscal ao propor à Câmara Municipal o bloqueio do aumento salarial dos agentes políticos do Executivo. A medida incluía ele próprio, o vice-prefeito e os secretários municipais, que atualmente recebem R$ 22 mil. Caso não fosse vetado, o aumento elevaria os salários para mais de R$ 25 mil, conforme estabelecido em uma lei sancionada pelo ex-prefeito Mazinho Serafim.
A proposta, com o objetivo de conter despesas e garantir o uso responsável dos recursos públicos, foi aprovada com ampla maioria na Câmara Municipal: 9 votos a favor e 4 contrários. No entanto, os votos contrários dos vereadores Ivoneide Bernardino, Carlos Beliza, Menandro e Real geraram questionamentos e críticas entre os moradores.
A polêmica gira em torno da Lei nº 750/2023, sancionada em maio do ano anterior pelo ex-prefeito, que previa uma revisão anual de 83,40% nos salários, justificada como recomposição de perdas inflacionárias acumuladas entre 2009 e 2022. Apesar de legalmente fundamentada, a lei foi alvo de críticas pela disparidade entre os altos salários dos agentes políticos e a realidade econômica enfrentada pela população de Sena Madureira.
Gerlen Diniz, ao propor o veto ao reajuste, destacou a importância de priorizar áreas como saúde, educação e infraestrutura no orçamento municipal. “Com tantos desafios para melhorar a qualidade de vida da nossa população, não podemos justificar um aumento de despesas desse tipo”, declarou o prefeito em uma coletiva.
A decisão dos quatro vereadores em votar contra a proposta provocou indignação nas redes sociais, com moradores cobrando explicações. Muitos expressaram insatisfação, apontando que a rejeição ia na contramão das expectativas populares. “Se o próprio prefeito abriu mão do aumento, por que os vereadores não apoiaram essa iniciativa?”, questionou um cidadão.
Com a aprovação da proposta de Gerlen Diniz, os salários dos agentes políticos permanecerão inalterados, anulando os reajustes previstos pela Lei 750/2023. O episódio marca o início de uma gestão pautada pela responsabilidade fiscal, mas também evidenciou tensões entre o Executivo e o Legislativo, sugerindo um mandato desafiador em busca de maior alinhamento com os interesses da população.