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Governo do Acre lança chamamento de quase R$ 8 milhões para festas de fim de ano e reacende debate sobre modelo usado na Expoacre

O Governo do Acre publicou os editais de chamamento público nº 012/2025 e nº 013/2025 para selecionar Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que serão responsáveis pela realização das festas de fim de ano em Rio Branco e Cruzeiro do Sul. Juntos, os dois chamamentos somam quase R$ 8 milhões, que deverão ser repassados para entidades privadas encarregadas de contratar artistas, organizar a logística, fornecer estrutura e desenvolver ações de fortalecimento do comércio local durante as festividades.

A medida reacende o debate sobre o modelo de execução adotado pelo governo desde a Expoacre 2024 e repetido na Expoacre 2025, quando a Casa da Amizade foi a entidade conveniada para operacionalizar os eventos. Na ocasião, o formato gerou questionamentos públicos, discussões internas na administração e pedidos formais por maior transparência na prestação de contas, especialmente no que diz respeito à execução financeira, aos contratos de shows e aos serviços terceirizados.

Com a abertura dos novos editais, o governo retoma a aposta no modelo de descentralização da execução, defendido como uma forma de agilizar contratações e reduzir entraves burocráticos. No entanto, a iniciativa volta a dividir opiniões entre servidores, parlamentares e representantes de entidades civis, que cobram regras mais rígidas de fiscalização, acompanhamento real dos gastos e publicação detalhada das contratações realizadas pelas OSCs selecionadas.

Os editais determinam que as organizações interessadas devem comprovar experiência na realização de grandes eventos, apresentar plano de trabalho detalhado e seguir metas previamente estipuladas pelo Estado. A expectativa do governo é iniciar as festividades já na primeira quinzena de dezembro, movimentando setores como cultura, entretenimento, economia criativa e comércio popular, especialmente nas áreas centrais de Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Diante dos altos valores envolvidos e das críticas acumuladas nas últimas edições da Expoacre, a sociedade civil organizada e órgãos de controle indicam que acompanharão de perto cada etapa do processo. O debate sobre o modelo, elogiado por uns pela agilidade e questionado por outros pela falta de transparência, promete ganhar novo fôlego à medida que a execução dos convênios avançar.