Rio Branco, AC, 18 de outubro de 2024 03:54
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Insegurança em alta: acreanas relatam medo e assédio em espaços públicos

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Após uma série de matérias jornalísticas que expuseram casos de assédio sexual em repartições públicas no Acre, o Alerta Cidade visitou o Centro de Rio Branco esta semana para ouvir a opinião das mulheres sobre sua segurança. O objetivo era entender como se sentem em relação ao alarmante aumento dos casos de assédio sexual e feminicídio no estado.

Segundo o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), referente ao ano de 2023, o Acre registrou o segundo maior índice de feminicídios do país, com uma taxa de 2,4 mortes de mulheres para cada 100 mil habitantes.

Além dos feminicídios, a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgada em julho de 2024, destacou que o Acre foi o quarto estado com o maior aumento no número de estupros no Brasil. Os registros subiram de 593 em 2021 para 745 em 2022, com as mulheres sendo as principais vítimas: em 2022, 663 mulheres foram violadas, conforme os dados do anuário.

A violência não se limita a esses casos extremos. O aumento das denúncias de assédio sexual e importunação sexual também é alarmante. Nos últimos anos, os casos de assédio saltaram de 30 para 44, enquanto as denúncias de importunação aumentaram de 91 para 125.

As mulheres entrevistadas no Centro de Rio Branco expressaram sua preocupação com esses índices crescentes e relataram que a insegurança afeta sua rotina e a forma como se relacionam com os espaços públicos.

“As vezes a gente nem fala, porque tudo diz a mulher está dando cabimento, uma roupa, tudo é motivo. A gente se sente insegura em questão disso, e o pessoal no lugar de ajudar, só sabem julgar”, disse uma comerciante.