A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, assassinada pelo ex-noivo Caio Nascimento na noite de 12 de fevereiro, denunciou poucas horas antes do crime o descaso no atendimento da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Campo Grande (MS).
Vanessa conseguiu fugir de um cárcere privado para registrar um boletim de ocorrência contra o agressor, mas, segundo um áudio gravado por ela mesma, foi tratada com indiferença. “Eu que tenho toda instrução, escolaridade, fui tratada dessa maneira. Imagine uma mulher vulnerável, sem ter uma rede de apoio nenhuma. Essas que são mortas, essas que vão para as estatísticas do feminicídio”, desabafou a jornalista.
Horas depois, Vanessa foi brutalmente esfaqueada dentro de casa. Caio Nascimento foi preso em flagrante pela Brigada Militar. O caso gerou revolta e levantou questionamentos sobre a eficácia do atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica.
Organizações feministas e especialistas em direitos humanos cobram medidas para melhorar a estrutura e a abordagem da Deam, além do fortalecimento de políticas públicas que garantam proteção real às vítimas. O crime segue sob investigação.