Na noite de 8 de janeiro, o jovem Samuel Molina, de 22 anos, afirma ter sido vítima de abuso de poder durante uma abordagem realizada por uma guarnição da Polícia Militar do Acre (PMAC). O caso aconteceu por volta das 22h30, enquanto Samuel voltava para casa. Apesar de ser ficha limpa, sem qualquer passagem pelo sistema prisional, ele relata ter sofrido agressões e humilhações durante a ação policial.
De acordo com Samuel, a abordagem começou como uma revista de rotina, mas rapidamente se tornou abusiva. Ele conta que os policiais exigiram que ele ficasse em uma área de lama para ser revistado. Ao apontar que havia espaço seco disponível, os agentes teriam reagido de forma agressiva, forçando-o a ficar na lama e afirmando que “aquele era o lugar dele”.
Samuel tentou se manter no asfalto, mas afirma ter sido submetido a agressões físicas, incluindo ter a cabeça pressionada contra a viatura enquanto gritava por ajuda. A cena atraiu a atenção de vizinhos, que presenciaram o desespero do jovem.
Episódio abala família de Samuel
O incidente teve repercussões ainda mais graves por acontecer no dia do aniversário da mãe de Samuel, uma senhora aposentada que sofre de problemas de saúde. Segundo a família, ao presenciar o filho sendo tratado de forma violenta e injusta, ela desmaiou.
Samuel ainda relata que os policiais invadiram a casa da mãe sem mandado para prendê-lo, o que considera uma ação ilegal. Júlia, mãe de Samuel, alega que foi agredida por um dos agentes durante o tumulto, tendo recebido um “mata-leão”. Ela registrou um boletim de ocorrência para que o caso seja apurado.
“Meu filho nunca se envolveu em nada errado. Ele é um rapaz trabalhador e honesto. Não merecia passar por isso”, desabafou Júlia, ainda abalada.
Detenção e acusações contestadas
Após o episódio, Samuel foi levado à Delegacia de Flagrantes sob acusação de desacato à autoridade, algo que ele nega categoricamente. “Eu só me defendi, não fiz nada de errado. Sempre respeitei a lei”, afirmou o jovem, destacando que nunca teve qualquer envolvimento com crimes ou problemas com a justiça.
A equipe de reportagem tentou contato com a Polícia Militar para obter um posicionamento sobre o caso, mas não recebeu resposta até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para esclarecimentos das autoridades.
Enquanto isso, a família de Samuel e seus vizinhos exigem que o caso seja investigado com rigor e que os responsáveis pelas supostas agressões sejam responsabilizados. O episódio reacende o debate sobre a necessidade de abordagens policiais mais respeitosas e justas, especialmente contra cidadãos que não possuem histórico criminal.