Nos últimos anos tem-se observado um aumento significativo na adesão de jovens à produção e venda de conteúdo adulto online, de caráter sexual e afins, como uma alternativa ao mercado de trabalho tradicional. Essa tendência é impulsionada por diversos fatores, incluindo o alto índice de desemprego entre os jovens e a busca por independência financeira imediata.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a taxa de desocupação entre jovens de 18 a 24 anos é significativamente superior à média nacional. Essa realidade tem levado muitos a buscar fontes alternativas de renda, como a produção de conteúdo adulto em plataformas digitais, onde os preços variam de R$ 19,99 até R$ 1 mil.
Plataformas como o OnlyFans e Privacy têm se destacado como meios para que indivíduos monetizem conteúdo adulto, oferecendo assinaturas mensais e conteúdo exclusivo para seus seguidores. A facilidade de acesso e a possibilidade de ganhos financeiros têm atraído muitos jovens para esse mercado.
De acordo com um estudo publicado pela revista Business Research, o tamanho do mercado global de entretenimento para adultos foi de US $ 58,59 bilhões em 2024 e o mercado deve tocar em US $ 108,83 bilhões.

Paralelamente, observa-se uma crescente normalização da prostituição na sociedade, com debates sobre sua regulamentação e reconhecimento como profissão. Essa mudança de perspectiva tem influenciado a forma como a sociedade enxerga o trabalho sexual e suas diversas manifestações.
A escolha de muitos jovens pela produção de conteúdo adulto reflete não apenas as dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho tradicional, mas também mudanças culturais e sociais em curso. É fundamental que haja um debate amplo e informado sobre as implicações dessa tendência, considerando aspectos legais, éticos e sociais.