
Laranja de luxo? esposa de ex-procurador do INSS é suspeita de lavar r$ 15 milhões em propina
A médica Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa do ex-procurador-geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, prestou depoimento nesta quinta-feira (23) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, onde senadores levantaram a suspeita de que ela foi utilizada como “laranja” em um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.
A avaliação dos parlamentares é de que empresas em nome de Thaisa Jonasson foram empregadas para “lavar” propina destinada ao seu marido, o ex-procurador-geral. A suspeita foi reforçada por indícios de que três empresas da depoente receberam pagamentos do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.
Senadores da CPMI, como Izalci Lucas (PL-DF), indicaram que os repasses, que somam quase R$ 15 milhões, podem ter ocorrido sem que as empresas de Thaisa Jonasson tivessem prestado qualquer serviço em troca.
O valor, conforme o questionamento dos parlamentares, seria o resultado de notas fiscais de alguns milhões de reais e teria como destinatário final o ex-procurador Virgílio Antônio Filho. A médica, no entanto, rejeitou as suspeitas, afirmando que prestou os serviços e que possui documentação para comprovar todos os trabalhos realizados.
Ainda durante a sessão, o senador Jorge Seif (PL-SC) destacou que, embora não se possa afirmar que a médica tenha operado diretamente o desvio, suas empresas foram usadas como “hubs societários e financeiros”, recebendo valores de intermediários ligados a associações e ao lobista “Careca”.
O parlamentar sugeriu que a médica pode ter emprestado seu CPF sem saber, o que não a isenta de responsabilidade. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) chamou atenção para o “rombo de bilhões” provocado pelo esquema e defendeu a punição dos responsáveis, sugerindo à depoente um acordo de delação premiada, proposta que Thaisa Jonasson também rejeitou.