Rio Branco, AC, 31 de maio de 2025 14:45
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Lula defende regulação das redes sociais e pede debate no Congresso: “Não é possível que tudo tenha controle neste país, menos os aplicativos”

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Durante evento em Campo Verde (MT), neste fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a destacar a necessidade de o Brasil discutir, com o Congresso Nacional, mecanismos de regulação para as redes sociais. Segundo ele, é inadmissível que empresas de tecnologia operem no país sem qualquer tipo de controle, enquanto outros setores estão sujeitos a normas rígidas.

“Temos que regular o uso dessas empresas. Não é possível que tudo tem controle neste país, menos as empresas de aplicativos”, disse Lula, ao participar do lançamento do Programa Solo Vivo.

O presidente reforçou que sua preocupação está ligada ao impacto das redes sobre a sociedade, principalmente em relação à desinformação, discurso de ódio e à formação de crianças e adolescentes em ambientes digitais muitas vezes nocivos. “É importante que a gente comece a cuidar do povo brasileiro com um pouco mais de carinho”, afirmou.

Lula também defendeu que o Brasil invista na construção de um ambiente digital mais saudável, alinhado com valores de respeito, solidariedade e cidadania. “O país que nós queremos é um país de gente que estuda, de gente que produz, de gente que respeita, de gente que ama, de gente que tem fraternidade e solidariedade. É esse país que eu quero construir para os meus filhos, para os meus netos. Ninguém quer criar um país de mentira”, completou.

A fala reacende o debate sobre a regulação das big techs, especialmente em um momento em que projetos como o PL das Fake News seguem parados no Congresso. A proposta enfrenta resistência de parte do setor e de parlamentares, que alegam risco à liberdade de expressão. Para o governo, no entanto, o objetivo é criar regras mínimas de transparência e responsabilidade sobre os conteúdos que circulam nas plataformas.

Nos bastidores, o Planalto avalia formas de retomar o debate no segundo semestre, com possível apoio de entidades civis, acadêmicos e da sociedade organizada. A expectativa é de que o tema ganhe mais força com o aumento da pressão internacional por normas que responsabilizem grandes plataformas digitais pelos efeitos de seus algoritmos e políticas de moderação.