Em coletiva de imprensa realizada neste sábado (7), em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende telefonar pessoalmente para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para convidá-lo à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, em Belém do Pará. O evento, que terá o Brasil como anfitrião, é considerado estratégico para o avanço no combate às mudanças climáticas.
“Vamos fazer um encontro separado de chefes de Estado de dois dias antes para aprofundar o debate. Se até perto [do evento] o Trump não confirmar que vem, eu, pessoalmente, vou ligar para ele e falar ‘ô, cara, Trump, a COP é aqui no Brasil, vamos discutir esse negócio’”, disse Lula.
O presidente brasileiro reforçou a importância da participação dos Estados Unidos na conferência climática, destacando o papel histórico do país na poluição global. “E ainda polui. Então, como é que não vai participar?”, questionou.
A possível ausência de Donald Trump na COP30 preocupa ambientalistas e líderes globais. O presidente norte-americano retirou os EUA do Acordo de Paris — principal pacto internacional contra o aquecimento global — e tem promovido a flexibilização das leis ambientais em seu país. Em sua nova gestão, Trump tem defendido abertamente a ampliação da exploração de combustíveis fósseis, ignorando os alertas da comunidade científica sobre os riscos do aquecimento global.
A COP30, sob liderança brasileira, deve cobrar compromissos mais firmes dos países desenvolvidos em relação ao financiamento da transição energética e à mitigação dos efeitos climáticos nos países mais pobres.
A COP30 ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro, e deve reunir chefes de Estado, cientistas e representantes da sociedade civil de todo o mundo. A expectativa do governo brasileiro é que o encontro em Belém marque um ponto de virada no compromisso global com o enfrentamento da crise climática.
