
Lula responde a Trump e afirma que Brasil sempre esteve aberto ao diálogo
O presidente Lula se manifestou em suas redes sociais e reforçou que o Brasil sempre esteve aberto a negociações para proteger as empresas e os trabalhadores brasileiros. A declaração ocorreu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar em entrevista nesta sexta-feira (1º/8) que “Lula pode ligar pra mim quando quiser”.
Não foi a primeira vez que o governo brasileiro expressou abertura a negociações para tratar de assuntos que envolvem as relações comerciais entre os dois países. Assim como tem dito reiteradamente que a prioridade nacional é o respeito à soberania, aos interesses das empresas que atuam no Brasil e dos trabalhadores.
Em sua mensagem, Lula citou o interesse exclusivo de discutir as razões que determinaram o tarifaço do governo Trump sobre produtos brasileiros. Trump confirmou a tarifa de 50% nesta semana, mas retirou cerca de 700 itens da sobretaxa. Segundo o governo federal, aproximadamente 44,6% das exportações brasileiras para os EUA ficaram fora da tarifa, enquanto cerca de 35% serão afetadas. Entretanto, assinalou indiretamente que não aceita interferências políticas no funcionamento da democracia e das instituições do Brasil.
Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano.”
A declaração responde também a um trecho da fala do presidente estadunidense, que expressa juízo de valor sobre a política brasileira: “As pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”. A conduta tem sido classificada por autoridades do Governo Federal como uma ingerência inadmissível na soberania institucional do País.
Também hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou a declaração de Trump: “Acho ótima. E a recíproca, tenho certeza que é verdadeira. Conforme disse antes, é muito importante a gente preparar essa conversa”, disse o ministro.