Na tarde desta segunda-feira (24), o Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, foi palco de uma cena que escancara a realidade brutal que muitas famílias enfrentam. Duas vidas foram ceifadas de maneira cruel e irreparável: uma mãe, Yara Paulino da Silva, de 28 anos, e sua filha, um bebê de apenas três meses, possivelmente morta por quem lhe deu a vida e tinha a função de lhe amar e proteger.
O desfecho dessa história é estarrecedor. De um lado, uma criança indefesa, cujo futuro foi interrompido antes mesmo de ter a chance de dar seus primeiros passos. Do outro, uma mulher jovem, que, mesmo envolvida em um caminho de dor, teve uma morte marcada pela violência extrema.
A suspeita é de que Yara tenha tirado a vida da própria filha e, por isso, tenha sido brutalmente assassinada por membros de uma organização criminosa. O corpo da bebê foi encontrado dentro de um saco plástico, descartado em uma área de mata. Yara, por sua vez, foi golpeada na cabeça e morreu agonizando em via pública.
A polícia acredita que ela tenha sido torturada antes de tentar fugir, mas foi alcançada e executada. Um cenário de horror que deixa marcas profundas não só em quem testemunhou a cena, mas em toda a comunidade.
O envolvimento de Yara com drogas pode ter sido o gatilho para essa tragédia. Como tantas outras pessoas, ela pode ter entrado nesse mundo sem imaginar o quanto perderia pelo caminho. Se essa foi a realidade, sua história se soma à de milhares de brasileiros que, ao se tornarem reféns do vício, acabam afastados da família, da sociedade e de si mesmos.
Enquanto os corpos de mãe e filha eram removidos pelo Instituto Médico Legal (IML), restavam perguntas sem resposta e um sentimento de impotência. Como evitar que mais histórias como essa se repitam? Quantas famílias ainda precisarão ser destruídas antes que haja uma solução real para o avanço das drogas e da criminalidade?
A tragédia de Yara e sua filha não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. É um alerta para a necessidade de políticas públicas mais eficazes, para o fortalecimento das redes de apoio a dependentes químicos e para a segurança de comunidades vulneráveis.
A violência extrema não pode ser a resposta para um problema que tem raízes profundas. No fim, o que fica é uma dor imensurável e o lamento por vidas que poderiam ter seguido um caminho diferente, se tivessem encontrado ajuda a tempo.