
Mais da metade dos donos de motocicletas no Acre pilotam sem habilitação, aponta SENATRAN
Um levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (SENATRAN) mostra que 53,1% dos proprietários de motocicletas no Acre não possuem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O dado coloca o estado entre os cinco do país com maior número de motos registradas em nome de pessoas não habilitadas.
A pesquisa cruzou informações do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e do Registro Nacional de Condutores Habilitados. No Brasil, a média de donos de motocicletas sem habilitação é de 53,8%, sendo que nos estados do Norte e Nordeste os índices chegam a ser ainda maiores.
No Acre, onde a motocicleta é o principal meio de transporte em muitos municípios do interior, a situação preocupa autoridades e especialistas. O acesso fácil aos veículos, aliado ao custo elevado para obtenção da CNH e à fiscalização limitada, contribui para o aumento do número de condutores irregulares.
Em cidades pequenas e áreas rurais, é comum que motos sejam registradas em nome de familiares habilitados, mas pilotadas por jovens e adultos sem qualquer treinamento formal. A ausência de transporte público regular faz da motocicleta uma necessidade para locomoção.
O Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-AC) mantém programas como o CNH Social, que oferece vagas gratuitas para pessoas de baixa renda. Em 2025, foram disponibilizadas 5 mil vagas, mas especialistas apontam que ainda são insuficientes diante da demanda.
Técnicos do órgão federal reforçam que pilotar sem habilitação não é apenas uma infração administrativa: é um risco direto à vida do condutor e dos demais usuários das vias. Eles defendem ampliar o acesso à CNH, intensificar a fiscalização e investir em campanhas educativas nas regiões mais afetadas.
Apesar de ajudar a melhorar a mobilidade da população, especialmente nos municípios do interior, o uso irregular de motocicletas coloca milhares de vidas em risco todos os dias no Acre.