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Ministério Público deverá investigar edital do Festival Estadual da Canção 2025, após Minoru beneficiar apenas evangélicos

O lançamento do edital do Festival Estadual da Canção 2025, promovido pela Fundação Elias Mansour (FEM), gerou forte repercussão e críticas nas redes sociais nesta semana. O principal alvo das manifestações é a criação de uma categoria exclusiva para a música gospel, financiada com recursos públicos, o que levantou questionamentos sobre a laicidade do Estado e a exclusão de outras tradições religiosas.

Internautas apontaram que, ao privilegiar apenas o segmento evangélico, o edital deixa de fora expressões musicais ligadas a outras crenças, como o espiritismo e as religiões de matriz africana, que também fazem parte do patrimônio cultural e religioso do Acre. “O Estado é laico, não pode usar dinheiro público para atender apenas uma religião”, escreveu um usuário em uma postagem bastante compartilhada.

As críticas também miraram o presidente da FEM, Minoru  Kimpara, que anunciou o edital como uma forma de valorizar a diversidade musical acreana. Para muitos, no entanto, a decisão acabou criando um recorte excludente e em desacordo com os princípios constitucionais.

Diante da polêmica, o Ministério Público Estadual (MPE) deverá apurar a legalidade do edital e seus quesitos, verificando se a destinação exclusiva de recursos à categoria gospel fere o princípio da isonomia e a liberdade religiosa.

Enquanto isso, artistas, produtores culturais e representantes de diferentes segmentos seguem pressionando por mudanças no festival, pedindo que o evento contemple todas as expressões musicais, independentemente de filiação religiosa.