
Ministro do STF alerta: ‘Política do avestruz’ nas escolas alimenta violência contra pessoas trans
O Brasil manteve, pelo 16º ano consecutivo, a liderança global no número de assassinatos de pessoas trans e travestis, um cenário trágico que, na avaliação do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, é decorrente do que ele chama de “política do avestruz na educação”.
A declaração foi feita ao criticar a postura de fingir que as realidades de pessoas trans, travestis e a diversidade de gênero não existem nas escolas, o que, segundo Moraes, agrava a persistência da violência.
O Ministro destacou a urgência de abandonar essa negação, que reforça preconceitos como a ideia de que só existem meninos que vestem de azul e meninas de rosa, citando o crescimento da violência contra a comunidade LGBTQIAPN+ em 1000% a cada década. Ele argumentou que, nessa altura do século XXI, não é possível continuar ignorando a diversidade de gênero, comparando essa atitude à popular e cientificamente falsa, imagem do avestruz que enterra a cabeça na areia.
Para Moraes, a falta de reconhecimento e inclusão da diversidade nas esferas educacionais contribui diretamente para que o Brasil siga no topo do ranking de mortes da população trans e travesti. A crítica à “política do avestruz” enfatiza que o silêncio e a omissão na educação são fatores que perpetuam o ciclo de violência fatal.