
Ninguém está seguro: advogada acreana expõe como o golpe do Pix está fazendo vítimas em todo o país
A crescente praticidade do Pix no Brasil tem sido explorada por criminosos em diversos tipos de fraude, com destaque para a atuação baseada em engenharia social.
Os golpes visam obter dados e induzir transferências, e o alvo inclui desde cidadãos comuns até profissionais liberais, como advogados. Os golpistas utilizam táticas como a clonagem de aplicativos e o envio de mensagens que simulam situações de urgência.
A advogada Dra. Janaina Marszalek relatou um caso pessoal em entrevista exclusiva ao Jornal Alerta Cidade, destacando a credibilidade que os criminosos tentam criar.
“Minha mãe caiu num golpe quando eu estava em viagem. Entraram em contato com ela com uma foto minha no WhatsApp. O golpista pediu para ela fazer um Pix porque eu estava querendo comprar um celular e precisava de mil reais”, contou Marszalek.
A mãe da advogada chegou a questionar o nome, mas o criminoso alegou que a transferência era para o gerente da conta.
Além dos golpes envolvendo familiares, a advogada aponta uma modalidade crescente que atinge sua área de atuação, “Esse golpe Pix, ele tem sido mais no âmbito dos processos judiciais. Sabe-se lá como os golpistas têm acesso à íntegra dos processos”, disse a advogada.
Nesses casos, os fraudadores utilizam fotos e dados de advogados para informar clientes sobre valores a receber, mas cobram um Pix prévio para liberar a quantia.
“Ninguém pede, você não precisa pagar para você receber nada no judiciário”, alertou Marszalek, reforçando que pagamentos de custas judiciais ocorrem apenas no início da ação.
Para se proteger de fraudes como a clonagem de WhatsApp e o falso contato bancário, especialistas recomendam que o usuário ative a verificação em duas etapas no aplicativo e configure limites baixos para transações noturnas em seu banco. É fundamental desconfiar de qualquer pedido de dinheiro urgente. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e especialistas são categóricos, nenhuma instituição financeira solicita senhas, códigos ou pede que o cliente faça qualquer tipo de Pix ou transferência para “validar” ou “cancelar” operações.
Em caso de suspeita ou fraude, a advogada Dra. Janaina Marszalek orienta sobre a necessidade de ação imediata.
“A regra é nunca agir sob pressão e sempre verificar a fonte. Se receber uma mensagem de urgência, pare. Ligue para a pessoa usando o número oficial dela, não o da mensagem suspeita. No caso de alvarás ou qualquer transação jurídica, ligue diretamente para seu advogado pelo telefone de contato conhecido. É a única forma de se proteger”, orienta a advogada.
Ela finaliza lembrando as vítimas de que, após o registro do boletim de ocorrência, é possível acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado junto ao Banco Central, para tentar reaver o valor junto à instituição bancária.