Rio Branco, AC, 1 de maio de 2025 01:09
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No Acre, 94% da população depende do SUS para atendimento médico, aponta pesquisa 

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Criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado em 1990, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais abrangentes sistemas públicos de saúde do mundo. No Acre, ele é ainda mais essencial: 94% da população depende exclusivamente dos serviços oferecidos pelo SUS para ter acesso à saúde. 

A realidade acreana acompanha a tendência nacional. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Brasil em Mapas, cerca de 84% da população brasileira é atendida diretamente pelo SUS. Mesmo entre os 24,5% de brasileiros que possuem planos de saúde privados, muitos também utilizam os serviços do sistema público, como em campanhas de vacinação, emergências e tratamentos de alta complexidade.

Com presença em todo o território nacional, o SUS é responsável por oferecer desde atendimentos primários — como vacinação, pré-natal, consultas e exames — até procedimentos de alta complexidade, como cirurgias, transplantes de órgãos e tratamentos para HIV e câncer.

Um dos princípios fundamentais do SUS é a universalidade: qualquer cidadão, independentemente da sua renda, vínculo empregatício ou local de origem, tem direito ao atendimento gratuito em unidades públicas de saúde. Esse direito representa um marco histórico no país, sobretudo considerando que, antes da criação do sistema, o acesso aos hospitais públicos era restrito a trabalhadores com carteira assinada.

Na década de 1980, muitos brasileiros desempregados ou informais recorriam a hospitais filantrópicos — ou não tinham acesso algum. A consequência era cruel: a taxa de mortalidade infantil chegava a 120,7 óbitos a cada mil nascidos vivos. Hoje, com o fortalecimento do SUS, esse índice caiu para cerca de 12 por mil.

Entre os maiores feitos do SUS está o Programa Nacional de Imunizações (PNI), responsável por erradicar doenças como a varíola e por controlar a poliomielite e o sarampo no país. Durante a pandemia de COVID-19, o SUS organizou uma das maiores campanhas de vacinação em massa do mundo, garantindo 100% da oferta de vacinas e atendendo cerca de 90% dos casos graves da doença.

Apesar da força do SUS, há desigualdades regionais. Estados como Roraima apresentam o maior índice de dependência do sistema, com 95% da população usando exclusivamente o SUS. No outro extremo, São Paulo tem o menor percentual (59%), devido à maior oferta de planos de saúde privados — reflexo da alta renda, maior presença de empregos formais e benefícios oferecidos por empregadores e pelo funcionalismo público.

Com poucas alternativas privadas, o SUS no Acre é indispensável. A dependência de 94% da população pelo sistema público mostra não só a importância da estrutura federal, mas também o quanto ela impacta diretamente a vida dos acreanos — seja na vacinação, na emergência médica ou no cuidado contínuo da saúde.