Em uma entrevista no programa “Se Liga com o Íam”, o Pai de Santo Germano Marino falou sobre o preconceito enfrentado pelas religiões de matriz africana e alertou para um fenômeno preocupante: a crescente naturalização do discurso preconceituoso na sociedade.
Segundo Germano, as religiões como o Candomblé e a Umbanda, que carregam uma rica herança cultural e espiritual, continuam sendo alvo de discriminação, principalmente pela desinformação e pelos estigmas históricos. “Muitas pessoas não entendem que nossas religiões são baseadas em amor, acolhimento e conexão com a natureza. O preconceito nasce da ignorância e da falta de diálogo”, afirmou.
O líder religioso também destacou que, nos últimos anos, as pessoas parecem ter perdido o medo de expressar preconceitos abertamente, seja nas redes sociais, nas ruas ou até em espaços públicos. “Antes, o racismo religioso era mais velado, mas hoje, muitos se sentem à vontade para atacar e desrespeitar nossos espaços sagrados, nossos símbolos e nossa fé. É como se houvesse uma permissão social para o preconceito”, disse Germano.
Ele lembrou que, além de agressões verbais, os terreiros continuam sendo alvo de vandalismo e perseguições. “Quando um templo é depredado, isso não é só um ataque físico, é um ataque à nossa cultura, às nossas raízes e à nossa liberdade de fé”, reforçou.
Apesar dos desafios, Germano Marino permanece otimista e acredita na força da educação e do diálogo para combater o preconceito. Ele enfatizou a importância de conhecer e respeitar as diferentes expressões religiosas como forma de construir uma sociedade mais justa. “Precisamos abrir espaço para conversas sinceras e ensinar às novas gerações que a intolerância não tem lugar em um país tão diverso como o Brasil”, concluiu.
A entrevista trouxe reflexões profundas sobre o papel de cada cidadão no combate ao racismo religioso e a importância de defender o direito à liberdade de crença para todos.
