
Nova delação poderá revelar esquema de financiamento de campanha com dinheiro de dois órgãos da administração Gladson
O inferno astral do governador Gladson Camelí (PP), investigado na Operação Ptolomeu como suposto líder de uma organização criminosa que desviou milhões em recursos públicos do governo do Acre, pode estar apenas começando. Uma nova delação premiada poderá revelar um esquema de financiamento ilegal de campanha com recursos de duas secretarias estaduais, detalhando um novo caso de corrupção.
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo portal, o caso estaria sendo tratado como a bala de prata para uma possível condenação de Gladson Camelí e de todos os operadores do esquema que funcionou na campanha eleitoral de reeleição do governador e na última disputa municipal na maioria dos municípios que tiveram candidatos aliados ao grupo capitaneado pelo Progressistas, legenda de Camelí.
Parte da delação indica que dois órgãos públicos drenaram os recursos que irrigaram as campanhas dos principais alegados da gestão estadual na disputa pelas prefeituras, mas o que a população não sabe é como ocorreu o abastecimento nas campanhas, onde pelo menos cinco atores entre parentes, secretários, ex-gestores, e empresários agiram sob o comando do governador Gladson Camelí, no período eleitoral.
O delato promete ainda apresentar provas como recibos, datas e locais onde aconteceram as entregas de dinheiro. O estacionamento da loja Havan, de Rio Branco, é um dos locais citados na possível delação. Além de gravações realizadas em condomínios de luxo, onde os acertos aconteciam, antes das transações financeiras que possibilitaram a criação de uma rede de compra de votos para os principais aliados de Camelí.
Para os aliados, tudo. Para os adversários, nada. Em Brasília, não corre apenas a Ptolomeu, mas esta nova denúncia que estaria sendo monitorada a peso de ouro por advogados. Para pessoas ligadas à gestão estadual, a Ptolomeu seria coisa de criança frente ao esquema montado para modificar o resultado eleitoral na reeleição de Gladson Cameli e dos municípios onde a eleição foi virada com gasto de milhões.