Na última edição do programa Se Liga com Íam Arábar, o pai de santo Germano Marino levantou uma questão polêmica sobre o apoio institucional a eventos religiosos no Acre. Durante a entrevista, ele afirmou que há “níveis de acesso” para a realização de eventos do Candomblé no estado, destacando as dificuldades enfrentadas pelas religiões de matriz africana para obter incentivos públicos.
Segundo Germano Marino, enquanto eventos como a Marcha para Jesus recebem amplo suporte do poder público, com artistas nacionais sendo pagos com verba pública, os eventos do Candomblé enfrentam barreiras burocráticas e quase nenhum apoio. “Nós também somos cidadãos, pagamos impostos, mas quando precisamos de suporte, encontramos portas fechadas”, criticou o pai de santo.
A disparidade no tratamento das manifestações religiosas gera questionamentos sobre a laicidade do Estado e o princípio da igualdade entre religiões. Enquanto a Marcha para Jesus conta com estrutura financiada por recursos públicos, os terreiros de Candomblé precisam arcar sozinhos com os custos de suas celebrações.
A entrevista com Germano Marino reacendeu o debate sobre a necessidade de uma política pública mais equitativa para eventos religiosos no Acre. Líderes de diversas tradições defendem que o Estado deve garantir igualdade de condições para todas as expressões religiosas, sem privilegiar nenhuma delas.
A repercussão da fala do pai de santo levanta um questionamento fundamental: por que algumas religiões têm acesso facilitado a recursos públicos, enquanto outras precisam lutar para serem reconhecidas? A resposta pode estar na estrutura política e nos interesses que permeiam o cenário religioso do estado.