Apesar dos solavancos da economia mundial no primeiro semestre, provocados pelas políticas erráticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os especialistas de mercado estão otimistas para os próximos meses. A opinião foi compartilhada por todos os participantes do painel “Macroeconomia: compra ou vende”, durante o Global Agribusiness Festival (GAFFFF), que acontece nos dias 5 e 6 junho, no estádio do Allianz Parque, em São Paulo.
Para o moderador do painel Pablo Spyer, sócio da XP Investimentos e CEO da Vai Tourinho, mesmo diante dos desafios fiscais, o agronegócio brasileiro tem aproveitado a situação para ganhar competitividade no mercado global.
Felipe Guerra, sócio-fundador e CIO da Legacy Capital, destacou que o choque provocado pela condução da política econômica norte-americana causou forte volatilidade nas moedas, levando à desvalorização do dólar. “E dólar fraco beneficia economias emergentes como a brasileira. Combinado aos juros elevados por aqui, o cenário torna-se atraente para o capital estrangeiro”, avaliou. Para Guerra, há boas oportunidades tanto em renda variável quanto em commodities e moedas.
Na mesma linha, Alex Lima, estrategista-chefe da D.A. Economics, reforçou que o atual ambiente macroeconômico favorece países exportadores de alimentos, como o Brasil. “O momento é positivo para o agro, mas também há espaço na bolsa, com ativos mostrando desempenho acima da média”, afirmou.
Para o sócio da Troster & Associados, Roberto Luiz Troster, o dólar deve continuar caindo, assim como os juros em vários países pelo mundo. “Este é um momento para ficar com um olho no peixe e outro no gato, porque há muitas opções. Em moedas, eu apostaria agora no Euro”, afirma.
Troster ainda defendeu a criação de um centro financeiro off-shore no Brasil, inspirado em modelos internacionais, que permitiria operações com maior liberdade cambial e atratividade internacional. “Seria uma espécie de zona franca financeira, que ajudaria a integrar melhor o Brasil ao comércio global”, argumentou. Como exemplo, citou a comercialização de soja feita por Brasil e Argentina em Chicago: “É hora de repensar como operamos nesse mercado”. Fonte: InfoMoney