Na noite de sábado (3), o show histórico da cantora Lady Gaga em Copacabana, que reuniu mais de 2,1 milhões de pessoas, quase foi palco de uma tragédia. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Justiça, desarticulou um plano de ataque com explosivos improvisados e coquetéis molotov, arquitetado por um grupo extremista que disseminava discursos de ódio contra a comunidade LGBTQIA+ e menores de idade.
A operação, denominada “Fake Monster”, foi deflagrada após investigações conduzidas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e 19ª DP (Tijuca), com apoio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab). O grupo atuava em fóruns e redes sociais, promovendo uma campanha de ódio travestida de “desafio coletivo”, visando obter notoriedade online ao atacar eventos de grande visibilidade pública.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em nove cidades de quatro estados: Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo. Um homem, identificado como o líder do grupo, foi preso no Rio Grande do Sul por posse ilegal de arma de fogo. No Rio de Janeiro, um adolescente foi apreendido por armazenar material de abuso sexual infantil.
As autoridades descobriram que os suspeitos, alguns se passando por fãs de Lady Gaga, estavam recrutando adolescentes para realizar ataques coordenados durante o show, utilizando explosivos improvisados e coquetéis molotov. O grupo promovia a radicalização de jovens vulneráveis, utilizando discursos violentos, xenofobia, homofobia, incentivo à automutilação e crimes contra a infância como ferramentas de adesão e pertencimento.
Apesar da gravidade da ameaça, o show ocorreu sem incidentes, graças à ação rápida e eficaz das forças de segurança. O evento foi um marco para os fãs e especialmente simbólico para a comunidade LGBTQIA+, dada a postura ativista de Lady Gaga em defesa dos direitos humanos e da diversidade.
A investigação continua em andamento, e os envolvidos na operação “Fake Monster” podem responder por crimes como terrorismo, incitação ao crime, apologia à violência, pedofilia e formação de organização criminosa.