Nos bastidores da política acreana existe um roteiro que o público dificilmente vê. Nesse enredo, um parlamentar conhecido por se apresentar como defensor incansável dos profissionais de saúde adota uma postura bem diferente quando está longe das câmeras. Enquanto faz discursos sobre compromisso e responsabilidade, participa silenciosamente de negociações por cargos e influência dentro do governo.

Ao seu lado está sua fiel aliada, apelidada nos corredores de “a Oompa Loompa do governo”, sempre pronta para garantir espaço e prestígio. Ela caminha com a pressa de quem vive em busca de uma nova nomeação e com a insistência de quem acredita que tudo pode ser resolvido com um cargo bem colocado. A dupla forma um espetáculo particular que poucos conseguem testemunhar.

Em público, eles erguem bandeiras e se apresentam como guerreiros da saúde, defendendo a categoria com palavras inflamadas e indignação ensaiada. Porém, quando a cortina se fecha, o comportamento muda completamente. O que se vê é uma rotina de barganhas, tentativas de intimidação nos bastidores e uma constante movimentação para assegurar posições estratégicas para aliados.

O discurso de compromisso com a classe se transforma em ferramenta de autopromoção. Promessas viram moedas para negociações internas. Críticas públicas se convertem em estratégia para ampliar poder. Para quem observa de perto, fica claro que a defesa dos trabalhadores da saúde não passa de figurino usado no palco principal.

No teatro político que encenam, eles se apresentam como heróis. Mas basta observar o que acontece fora dos refletores para perceber que, na verdade, interpretam os vilões de uma história que eles próprios contam do avesso.