
Por trás das cortinas, a lenda do 10% nas terras de Mapinguari
Do Mapinguari ao caboquinho do mato, toda terra tem sua lenda. Aqui, abaixo da linha do Equador, entre nossas matas tropicais, surge uma nova figura folclórica: chamemos de 10%. Ele não tem rosto, não tem endereço fixo, mas está em todo lugar. Do estacionamento da HAVAN ao shopping, sempre circulando no eixo da BR-364, ele observa, influencia e, às vezes, decide o destino de muito mais do que se imagina.
Os ventos que sopram do Centro-Oeste já avisam: antes do fim da primavera, não espere flores, espere espinhos, muitos espinhos. E é nesse clima de aperto e expectativa que o 10% se movimenta. Alguns dizem que ele aparece nos detalhes.
No Acre, a paisagem é tão diversa quanto suas histórias. Há gestores traquinos que parecem competir para ver quem dribla melhor os órgãos de controle, e é nesse cenário que o 10% prospera. Ele não é um gestor, nem um político, nem um fantasma. É uma sombra silenciosa que sabe esperar o momento certo.
Fim de governo é como café servido no final de uma festa: morno, frio, sem aroma. E, nesse momento, o 10% gosta de aparecer, sutil, quase imperceptível, mas com efeitos que fazem todo mundo sentir seu toque, seja na pressa dele ser feliz, nas decisões de última hora, ou na sensação de que algo está sendo manipulado por mãos invisíveis.
E tem mais. Existe um órgão público que deveria convocar seus figurantes para um remake do filme “Caça-Fantasmas”. A gestora responsável? Essa sim merecia um Oscar de Melhor Direção, pela habilidade em conduzir o espetáculo com suspense e tensão, tudo enquanto o 10% continua sua ronda silenciosa, sorrateiro, intocável.
Mas afinal, quem é esse 10%? Alguns dizem que é só uma metáfora, outros juram que é real, sempre presente, sempre sorrindo por trás das cortinas. É o segredo que todos conhecem, mas ninguém admite. É o personagem que transforma contratos em enigmas, reuniões em jogos de xadrez e políticas públicas em histórias de suspense.
E enquanto você lê isso, ele pode estar no estacionamento da HAVAN, na fila do shopping, ou sentado atrás de uma mesa de reunião, observando, planejando e garantindo que o folclore continue vivo. O 10% não é apenas uma lenda, ele é o Acre que ninguém ousa nomear.