Na última terça-feira, 25, no aniversário de 32 anos do município de Porto Walter, uma cena um tanto quanto inusitada chamou a atenção. Um gesto que deveria ser uma homenagem, lembrou a época das políticas de coronelismo, onde todos eram obrigados a fazer de tudo para agradar os que eram “democraticamente eleitos”.
A cena é de causar inveja da novela global “O Bem Amado”, na cidade de Sucupira, onde Odorico Paraguaçu pretendia subir ao cargo de prefeito da cidade.
Odorico abusava de uma retórica vazia, repleta de palavras pomposas e neologismos malucos para fazer suas promessas. Também gostava de citar filósofos e políticos, como Platão e Rui Barbosa. Ou inventava frases que atribuía a personalidades. O jeito como abreviava conversas e raciocínios, os eufemismos que usava e os peculiares advérbios que despejava em cada frase caíram no gosto popular e entraram para o folclore nacional. Foi o próprio Paulo Gracindo que inventou muitas das expressões que o personagem proferia, sempre em tom de discurso, tal qual muitos políticos acreanos utilizam até hoje.
A homenagem causou constrangimento e diversos questionamentos acerca dos limites sociais, quando se deve homenagear políticos que não passam de funcionários públicos. “Acoleirar” civis para homenagear homens comuns, nada mais é do que, por trás das cortinas, dizer quem de fato controla o povo.