O calendário eleitoral ainda parece distante para o eleitor comum, mas, nos bastidores da política acreana, as peças do tabuleiro já estão em movimento acelerado. E uma articulação silenciosa, que vem ganhando força nos corredores de Brasília e Rio Branco, pode mudar o desenho da disputa para o governo do Acre em 2026.

Fontes da coluna Por Trás das Cortinas indicam que o União Brasil pode não confirmar o apoio à vice-governadora Mailza na corrida ao Palácio Rio Branco em 2026. Essa possibilidade, no entanto, não surge por fragilidade política da pré-candidata, muito pelo contrário. É jogo. Uma jogada de xadrez com peões de barro. Se chover, desmancham? Talvez.

O que estaria travando a consolidação desse apoio é a movimentação do nome de peso dentro do União Brasil no Acre: o senador Alan Rick. Principal representante do partido no estado e com forte base eleitoral, Alan vem se posicionando como pré-candidato ao governo, construindo alianças, costurando apoios regionais e ampliando seu alcance junto a lideranças políticas e setoriais. Nos bastidores, há quem afirme que essa disputa interna por espaço pode levar o partido a adotar cautela antes de firmar compromisso com qualquer candidatura.

A coluna procurou o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, e o Ciro Nogueira, líder do Progressistas (PP) e figura influente nas articulações que envolvem a vice-governadora. Experientes no jogo político, ambos optaram por não se manifestar. O silêncio, nesse meio, pode significar muito, e, neste caso, soa como sinal de que o assunto ainda está sendo medido com régua milimétrica.

É importante lembrar que, ainda este ano, União Brasil e PP anunciaram oficialmente uma fusão, um movimento que, na ocasião, foi vendido como aliança estratégica de longo prazo. No entanto, apurações da coluna indicam que o “casamento” ainda não está totalmente consolidado. O lacre político dessa união ainda pode ser rompido, caso os interesses nacionais e estaduais não se alinhem perfeitamente.

Enquanto isso, Mailza segue firme, pavimentando sua pré-candidatura com discrição, estratégia e um discurso que dialoga tanto com as bases quanto com o alto comando político. Seus aliados dizem que, independentemente da decisão do União Brasil, ela não está disposta a recuar e aposta na força de seu trabalho para chegar ao segundo turno.

Nos próximos meses, o xadrez tende a ficar mais intenso. E como toda boa partida, cada movimento precisa ser calculado com precisão, afinal, no tabuleiro político acreano, um passo mal dado pode mudar completamente o rumo da disputa. Por trás das cortinas, as peças se movem a olho nu. Só não vê quem não quer.