O famoso “12 por 8” deixou de ser sinônimo de pressão normal. A Nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, divulgada nesta quinta-feira (18) pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), passou a considerar como pré-hipertensão os valores entre 120 e 139 mmHg (sistólica) e 80 a 89 mmHg (diastólica).

A atualização muda a forma como médicos e pacientes devem encarar a saúde cardiovascular. Segundo especialistas, a nova faixa não exige uso de medicamentos, mas demanda mudanças imediatas no estilo de vida. Entre as recomendações estão reduzir o consumo de sal, praticar atividade física, controlar o peso, moderar a ingestão de álcool e abandonar o cigarro.

“Esses pacientes não são hipertensos, mas têm risco elevado de desenvolver a doença. O alerta é para agir antes que a pressão realmente suba”, afirma o cardiologista Marcelo Andrade, um dos autores do documento.

Alerta para milhões de brasileiros

Dados da SBC indicam que quatro em cada dez adultos no Brasil podem estar dentro da faixa de pré-hipertensão. O grupo, até então considerado saudável, agora passa a exigir maior vigilância médica e acompanhamento contínuo.

O impacto vai além do consultório. As doenças cardiovasculares, ligadas diretamente à hipertensão, são a principal causa de morte no país. Para reduzir esse índice, a diretriz também incentiva o uso de tecnologia no monitoramento, como aplicativos e aparelhos validados para medições em casa.

Diagnóstico precoce

A expectativa das entidades médicas é que a mudança ajude a conter a progressão da doença. “O diagnóstico precoce salva vidas. Cuidar do coração não pode esperar o primeiro infarto ou derrame”, reforça Andrade.