A recente concessão de prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, condenado a oito anos e dez meses por corrupção e lavagem de dinheiro, reacendeu críticas sobre desigualdades no sistema penal brasileiro. Collor, de 75 anos, cumpre pena em uma cobertura duplex de 600 m² à beira-mar no bairro da Jatiúca, em Maceió, avaliada em R$ 9 milhões .
A defesa de Collor alegou problemas de saúde, incluindo doença de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno bipolar, para justificar o pedido de prisão domiciliar . No entanto, críticos apontam que muitos detentos em condições semelhantes não recebem o mesmo tratamento. A maioria da população carcerária brasileira é composta por pessoas negras e pobres, muitas das quais aguardam julgamento em prisões superlotadas, sem acesso adequado a cuidados médicos.
A situação de Collor destaca a disparidade no tratamento de réus no Brasil, onde fatores como status social e político podem influenciar significativamente as condições de cumprimento de pena. Enquanto o ex-presidente cumpre sua sentença em uma residência de luxo, milhares de detentos enfrentam condições precárias, sem acesso a direitos básicos garantidos pela Constituição.
Este caso levanta questões sobre a equidade e justiça no sistema penal brasileiro, evidenciando a necessidade de reformas que garantam tratamento igualitário a todos os cidadãos, independentemente de sua posição social ou econômica.