Na manhã desta terça-feira (17), um grupo de produtores rurais adentrou o salão da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) em protesto contra medidas do governo federal que, segundo eles, estariam forçando famílias a deixarem áreas onde vivem e produzem há anos. O grupo afirma que está sendo obrigado a se retirar de terras consideradas pelo governo como áreas de reserva ambiental.
O ato foi marcado por forte indignação. Os produtores acusam o governo federal de lançar o que chamaram de “mísseis” contra os pequenos agricultores do estado, referindo-se a fiscalizações e ordens de desocupação que vêm sendo intensificadas em diversas regiões do Acre.
Durante o protesto, um dos alvos principais foi a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva. Os manifestantes colaram cartazes com críticas e imagens da ministra, cobrindo parte do plenário e fazendo duras declarações. Segundo os produtores, Marina Silva, embora nascida no Acre, “não representa o povo acreano”, pois foi eleita deputada federal por São Paulo e, de acordo com eles, “atua mais em favor de interesses externos do que das comunidades locais”.
“O que estamos vendo é um governo que criminaliza quem vive da terra e ignora a realidade de milhares de famílias que há décadas moram e produzem nessas áreas. Estão nos tratando como invasores, quando somos os verdadeiros trabalhadores da floresta”, disse um dos líderes do movimento, que pediu anonimato por temer represálias.
O protesto também questionou a falta de diálogo com os órgãos ambientais e federais antes da aplicação das medidas. “Queremos ser ouvidos. Não somos contra a preservação, mas não podemos pagar a conta sozinhos”, declarou outro manifestante.
Parlamentares estaduais acompanharam parte da manifestação e alguns se comprometeram a intermediar uma reunião entre os produtores e representantes do governo federal. A situação continua gerando tensão em diversas comunidades do interior do estado.
Até o momento, nem a ministra Marina Silva nem o Ministério do Meio Ambiente se pronunciaram oficialmente sobre o protesto, algo improvável de acontecer.
