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Protestos “No Kings” mobilizam milhões nos Estados Unidos contra tendências autoritárias do governo Trump

Milhões de pessoas foram às ruas neste sábado (19) em diversas cidades dos Estados Unidos para participar dos protestos “No Kings” (“Sem Reis”), uma mobilização nacional contra o que os participantes classificam como tendências autocráticas e ações antidemocráticas do presidente Donald Trump.

De acordo com os organizadores, mais de 2.600 manifestações ocorreram em todo o país, de grandes centros urbanos a pequenas comunidades, e até mesmo em capitais estrangeiras. As manifestações foram marcadas por um tom pacífico, mas firme, em defesa da democracia e contra o que consideram abusos de poder por parte do governo.

Entre as principais críticas estão os processos criminais movidos contra opositores políticos, as operações de imigração em massa e o envio de tropas federais para cidades norte-americanas. Os manifestantes afirmam que essas ações representam uma ameaça direta às liberdades civis e aos princípios democráticos que fundamentam o país.

“Não há nada mais americano do que dizer: ‘Não temos reis’ e exercer nosso direito de protestar pacificamente”, afirmou Leah Greenberg, cofundadora da organização progressista Indivisible, uma das principais articuladoras dos protestos.

Em Washington, D.C., milhares marcharam em direção ao Capitólio empunhando cartazes e bandeiras dos EUA, além de balões e fantasias, em um clima de carnaval cívico. Alguns manifestantes vestiam roupas listradas que lembravam trajes de prisão e levavam caricaturas de Trump e de outras autoridades, com faixas pedindo um novo processo de impeachment.

“Queremos mostrar nosso apoio à democracia e à luta pelo que é certo. Sou contra o excesso de poder”, declarou Aliston Elliot, manifestante que usava um capacete da Estátua da Liberdade e um cartaz com os dizeres “No Wannabe Dictators” (“Sem aspirantes a ditadores”).

Eventos de grande porte também ocorreram em Nova York, Boston, Chicago e Atlanta. Em Houston, o veterano do Corpo de Fuzileiros Navais Daniel Aboyte Gamez, de 30 anos, participou ao lado de centenas de pessoas. “Os Estados Unidos foram fundados com base em ações contra tiranos e reis. Ver essa concentração de poder hoje é preocupante”, afirmou.

Os protestos “No Kings” tiveram sua primeira edição em junho e, segundo os organizadores, devem se repetir nos próximos meses. O movimento tem ganhado força como símbolo da resistência civil contra qualquer tentativa de retrocesso democrático no país.