Uma operação do Ministério Público do Acre (MP-AC) expôs uma grave denúncia envolvendo a Secretaria de Saúde de Xapuri. Agulhas, lâminas, seringas e medicamentos dentro do prazo de validade foram encontrados jogados de forma irregular em um aterro sanitário, misturados ao lixo comum. O descarte ilegal de material hospitalar acendeu o alerta de risco à saúde pública e colocou a gestão municipal sob suspeita de negligência e crime ambiental.

A descoberta ocorreu durante uma ação de rotina do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do MP-AC, em julho deste ano. Segundo as investigações, os resíduos foram despejados sem qualquer controle ou destinação adequada, em total descumprimento às normas sanitárias e ambientais. O Ministério Público classificou o caso como um atentado à saúde coletiva e confirmou que os responsáveis poderão ser responsabilizados criminalmente.

Durante a vistoria, os agentes se depararam com uma situação ainda mais inusitada: R$ 2,5 mil em espécie foram encontrados entre os sacos de lixo. O dinheiro estava misturado aos resíduos e, até o momento, ninguém soube explicar a origem dos valores. O MP confirmou o achado, mas mantém em sigilo o local exato da descoberta.

A investigação levou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados à Secretaria de Saúde e à administração municipal. Computadores, celulares e documentos foram apreendidos, e a Justiça autorizou a quebra de sigilos telefônicos e eletrônicos para rastrear ordens de descarte e comunicações internas.

Com a repercussão do caso, a Prefeitura de Xapuri divulgou nota afirmando que acompanha os desdobramentos da investigação e que está colaborando com as autoridades.

O caso segue sob investigação. Se confirmadas as irregularidades, servidores e gestores poderão responder por crime ambiental, improbidade administrativa e danos à saúde pública.