O Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SESACRE), anunciou nesta quarta-feira, 08, a declaração de emergência em saúde pública devido ao expressivo aumento nos casos de arboviroses urbanas, como Dengue, Zika e Chikungunya, que têm afetado diversos municípios.
Um decreto oficial será publicado na próxima quinta-feira, 09, após análise do Relatório Epidemiológico, que aponta uma alta preocupante nos registros dessas doenças. Até a 52ª semana epidemiológica de 2024, foram notificados 6.346 casos prováveis de Dengue, e 4.300 confirmados. Um aumento de 19,3% em relação ao ano anterior, com 1 óbito confirmado. Os casos de Chikungunya apresentaram crescimento ainda mais alarmante, com alta de 411,9%, saltando de 59 para 302 casos prováveis no mesmo período. Já o Zika Vírus teve 173 casos prováveis, representando um aumento de 49,5% em relação a 2023.
Segundo a SESACRE, o cenário é agravado pelo período chuvoso, que favorece a proliferação do mosquito transmissor, especialmente o Aedes aegypti, elevando o risco para grupos vulneráveis, como crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades.
O aumento dos casos tem pressionado o sistema de saúde local. Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais regionais e demais serviços de saúde registram crescimento expressivo na demanda por atendimentos relacionados às arboviroses. A situação é ainda mais desafiadora com a confirmação da circulação de outros vírus, como Mayaro e Oropouche, que dificultam o diagnóstico e o manejo clínico dos pacientes.
Para enfrentar a crise, o estado já colocou em prática as ações previstas no Plano de Contingência para Enfrentamento das Arboviroses 2025. Entre as medidas emergenciais adotadas estão a mobilização de equipes de saúde, ampliação de recursos nas unidades de atendimento e criação de atos complementares para reforçar as ações de combate e prevenção.
A SESACRE destacou que o objetivo principal das medidas é preparar as unidades de saúde para atender à alta demanda e minimizar os impactos das arboviroses na população acreana, protegendo principalmente os mais vulneráveis. A mobilização envolve ainda a conscientização da população sobre a importância de eliminar criadouros do mosquito e adotar práticas preventivas para conter o avanço das doenças.
