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Substância utilizada em medicamento viralizado para emagrecer pode causar cegueira, afirmam estudos

O medicamento semaglutida, que viralizou na internet e é conhecido pelo nome comercial Ozempic, pode aumentar o risco de uma doença ocular grave, segundo um estudo canadense, e a Anvisa já registrou notificações de casos de cegueira associados ao seu uso.

Os agonistas do GLP-1, usados para tratar diabetes tipo 2 e controlar o peso, são um avanço, mas a popularidade não deve substituir o rigoroso acompanhamento médico devido aos potenciais riscos à saúde ocular.

O estudo de pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, analisou dados médicos de pacientes diabéticos tipo 2. Aqueles que tomaram semaglutida (ou lixisenatida) por pelo menos seis meses tiveram o dobro do risco de desenvolver degeneração macular relacionada à idade neovascular (degeneração macular úmida). Essa forma é grave e pode levar a uma diminuição súbita da visão central. O risco subiu para mais de três vezes em usuários de longo prazo (mais de 30 meses).

A preocupação é reforçada pelo alerta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre outro distúrbio, a neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIANA), que pode causar perda visual súbita e irreversível. A Anvisa recomendou a inclusão desse possível efeito adverso na bula de todo medicamento que contenha semaglutida (incluindo Ozempic, Wegovy e Rybelsus).

Segundo a agência, foram registradas 52 notificações de suspeitas de distúrbios oculares relacionados à semaglutida no sistema VigiMed até o início de junho, com casos que incluíram visão turva, acuidade visual reduzida e até cegueira.

A Anvisa enfatiza que pacientes em uso prolongado da medicação, especialmente aqueles com histórico de doenças vasculares ou predisposição ocular, devem ter acompanhamento oftalmológico. É crucial que, em caso de sintomas como perda súbita ou piora rápida da visão, o atendimento médico seja buscado imediatamente.

Embora os benefícios do medicamento no combate à obesidade sejam reconhecidos, a segurança deve ser prioridade, com uso sempre sob supervisão médica.