Durante a sessão desta terça-feira (10) na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), o deputado Tanízio Sá (MDB) fez um pronunciamento em defesa do setor produtivo rural do Acre. Em tom de indignação, o parlamentar relatou casos recentes de fiscalizações consideradas abusivas e denunciou a escalada de multas ambientais que, segundo ele, vêm sufocando os pequenos e médios produtores do estado.
“Recebi vídeos de produtores rurais que estão desesperados. São trabalhadores que acordam às quatro da manhã pra tirar leite, pra sustentar a família, e que agora estão sendo multados em mais de 400 mil reais. E o pior: sem ter o direito nem de vender o gado para tentar pagar a dívida”, disse.
O emedebista mencionou casos de operações que chegaram de surpresa com comboios de até 15 caminhonetes, ordenando a desocupação de áreas e o confisco de rebanhos. “Um produtor me disse que foi obrigado a sair de dentro da própria casa. O gado dele foi preso, e ainda perguntaram quantos ‘cabelos de gado’ ele tinha. Isso é uma violência com quem trabalha”, acrescentou.
Tanízio criticou o que chamou de criminalização da atividade produtiva e questionou a viabilidade do desenvolvimento econômico diante de tantas restrições. “Será que nós vamos pagar esse preço tão caro? O Acre tem só 8% ou 9% de área produtiva. Como é que vamos ficar se até isso nos tirarem? Não dá mais para aceitar essa perseguição”, declarou.
O parlamentar defendeu a apresentação de um Projeto de Decreto Legislativo para tentar suspender os efeitos de medidas que ele considera abusivas e pediu uma atuação mais firme do governo estadual. Ele também cobrou urgência na regulamentação da Lei nº 4.395, aprovada em 2024, que trata da regularização fundiária e segurança jurídica no campo. “Estamos no sexto mês de 2025 e essa lei ainda não foi regulamentada. O governo precisa agir com pressa, porque os trabalhadores não aguentam mais esperar”, afirmou.
Por fim, Sá fez um apelo à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para que reveja as políticas de fiscalização no Acre. “Ela é acreana, nasceu aqui. Está na hora de olhar para o povo que está socado dentro dessas reservas. A origem do nosso estado é rural. Todos nós temos parentes na zona rural. A sociedade inteira está envolvida nisso”, finalizou.