Na manhã do último dia 27, uma ação da Prefeitura Municipal de Cruzeiro do Sul resultou na notificação de José Maicon de Alencar Santos, vendedor ambulante de frutas, que utilizava a calçada como espaço de trabalho. Pai de três filhas, José depende da venda de frutas como única fonte de renda para sustentar a família e ajudar o pai, que também está desempregado.
“Eu tenho três filhas para sustentar. Meu pai está desempregado e eu também. Essa é a única forma que temos de garantir o básico. Só queremos uma chance de trabalhar dignamente”, desabafou José Maicon.
A situação evidencia as dificuldades enfrentadas por trabalhadores informais, que buscam alternativas de sustento em um cenário marcado pelo aumento da inflação e do custo de vida. Além de lutar para garantir o mínimo, esses trabalhadores enfrentam desafios adicionais impostos pela fiscalização, que muitas vezes não oferece alternativas ou apoio.
A retirada de ambulantes das ruas levanta um debate importante sobre a necessidade de políticas públicas que equilibrem a organização urbana e o direito ao trabalho. José Maicon e outros na mesma situação clamam por uma solução que permita sustentar suas famílias de maneira digna, sem serem marginalizados ou criminalizados.
Até o momento, a prefeitura não se pronunciou sobre possíveis medidas para mitigar o impacto da retirada ou sobre a criação de programas que atendam às necessidades dos trabalhadores informais. A questão segue gerando discussões sobre a valorização do trabalho informal e sua importância para a economia local.