A cerimônia de posse do prefeito e dos vereadores de Araraquara, no interior de São Paulo, foi marcada por momentos de tensão na última quarta-feira (1°). Filipa Brunelli (PT), vereadora transexual reeleita, enfrentou vaias e ofensas enquanto discursava, após declarar que faria oposição ao prefeito recém-empossado, Dr. Lapena (PL).
Durante seu pronunciamento, Filipa foi interrompida por gritos e manifestações hostis vindas da plateia. Em resposta, ela precisou pedir a intervenção do presidente da Câmara Municipal para tentar prosseguir. No entanto, a vereadora encerrou sua fala aos gritos, em uma tentativa de superar o tumulto.
Conflito político e preconceito
A reação do público ocorreu logo após Filipa afirmar sua postura de oposição ao prefeito Dr. Lapena, eleito pelo Partido Liberal (PL). A manifestação contra a vereadora foi vista por alguns como um reflexo da polarização política e, por outros, como um episódio de transfobia em um espaço público.
Filipa Brunelli, que já havia enfrentado preconceito em outras ocasiões, destacou anteriormente seu compromisso com pautas sociais e com a defesa da igualdade de direitos. O episódio expôs novamente os desafios enfrentados por representantes da comunidade LGBTQIA+ em espaços políticos.
Repercussão
Nas redes sociais, o caso gerou grande repercussão. Grupos de direitos humanos e apoiadores da vereadora condenaram a hostilidade sofrida por ela, destacando a importância do respeito às diferenças e à liberdade de expressão no ambiente legislativo.
Até o momento, a Câmara Municipal de Araraquara não emitiu uma nota oficial sobre o ocorrido. O prefeito Dr. Lapena também não se pronunciou diretamente sobre as vaias que marcaram a cerimônia de sua posse.
O episódio reforça os desafios que ainda cercam a convivência democrática e o respeito às minorias no Brasil, especialmente em um cenário de forte polarização política e social.