Os ponteiros do “Relógio do Juízo Final” foram ajustados nesta terça-feira (28/1), agora indicando 89 segundos até a extinção da humanidade, a marca mais próxima desde sua criação, há 78 anos.
Estabelecido em 1947 por cientistas do Projeto Manhattan, responsável pela elaboração da primeira bomba atômica, esse relógio avalia o risco de ameaças nucleares enfrentadas pelo mundo. A lógica é clara: quanto mais perto os ponteiros chegam da meia-noite, maior a proximidade da humanidade com uma catástrofe. Quando foi criado, o relógio marcava sete minutos para a meia-noite, em um período de incertezas durante a Guerra Fria.
Atualmente, a definição do horário é feita pelos cientistas do Bulletin of the Atomic Scientists, uma organização dedicada a questões de segurança global. Os pesquisadores apontam que fatores como a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, a presença de armas nucleares, a crise climática, a inteligência artificial e doenças infecciosas foram determinantes para o recente ajuste.
“O objetivo do Relógio do Juízo Final é fomentar uma discussão global sobre as ameaças existenciais que preocupam os principais cientistas do mundo. Os líderes nacionais precisam iniciar diálogos sobre esses riscos globais antes que seja tarde demais. Refletir sobre essas questões cruciais e começar um diálogo são passos fundamentais para retroceder o relógio e nos afastar da meia-noite”, afirmou Daniel Holz, representante do Bulletin of the Atomic Scientists.
Fundado em 1945 por Albert Einstein, J. Robert Oppenheimer e outros cientistas da Universidade de Chicago que participaram do desenvolvimento das primeiras armas atômicas no Projeto Manhattan, o Relógio do Juízo Final foi criado dois anos depois para alertar sobre as ameaças que a ação humana representa para a existência do planeta.