
Zanin e Moraes unidos: dupla impõe derrota ao núcleo golpista no Supremo
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (21) pela condenação de seis dos sete réus do chamado núcleo de desinformação da trama golpista, que, segundo a acusação, atuou para disseminar informações falsas contra o processo eleitoral e monitorar adversários políticos com o objetivo de tentar manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral.
A votação, que acontece na Primeira Turma do Supremo, seguiu na íntegra o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que votou primeiro.
Zanin concordou com o relator ao absolver o engenheiro Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, dos crimes de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado, condenando-o apenas por integrar organização criminosa e atentar contra o Estado Democrático de Direito.
O ministro justificou a decisão por haver dúvida razoável” de que Rocha sabia estar contribuindo para um golpe ao avalizar um relatório com informações falsas sobre a urna eletrônica.
Para o ministro, há uma clara divisão de tarefas” que caracteriza a organização criminosa, cujo objetivo era a deposição do governo legitimamente eleito.
Zanin destacou que o grupo de réus deu “contribuição efetiva na construção de uma realidade distorcida”, visando instigar atos violentos por apoiadores.
A denúncia aponta, entre as ações do núcleo 4, a criação de uma espécie de Abin paralela para monitorar adversários e a produção de um relatório falso sobre falhas nas urnas, usado pelo PL para questionar o resultado das eleições de 2022.
O julgamento do núcleo 4 teve início na terça-feira passada e continuará com os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, presidente da Primeira Turma.
Os réus do núcleo 4 são: Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Reginaldo Vieira de Abreu, Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha.
Todos eles são acusados de integrar organização criminosa, atentar contra o Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.