A realidade dos alunos do curso de Bacharelado em Medicina Veterinária da Universidade Federal do Acre (Ufac) evidencia um problema crônico que afeta a rotina acadêmica e a segurança dos estudantes. O “caminho da veterinária”, um trajeto que conecta o bloco do curso à Unidade de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária (UEPMV), foi aberto entre 2021 e 2022, mas, desde então, não recebeu as melhorias prometidas, como pavimentação e iluminação adequada.
Condições do trajeto: lama, sol e insegurança
Durante o verão, os estudantes enfrentam o calor extremo e fazem o percurso sob um sol escaldante. Já no inverno, o cenário se agrava: o acúmulo de lama torna o caminho praticamente intransitável, prejudicando especialmente os alunos que dependem de transporte a pé. Além disso, a ausência de iluminação no local gera insegurança, sobretudo para os alunos que têm aulas ou estágios que se estendem até a noite.
A falta de infraestrutura expõe os estudantes a múltiplos riscos:
• Insegurança: Relatos de assaltos no percurso são frequentes, especialmente à noite. O caso de um estupro em 2018, registrado próximo à área, ainda ecoa como um alerta.
• Riscos ambientais: O trajeto é cercado por áreas de vegetação, o que aumenta a possibilidade de acidentes envolvendo animais silvestres.
• Problemas de saúde: A lama e o calor extremo representam desafios físicos e psicológicos para os estudantes que dependem do caminho diariamente.
A escolha difícil dos estudantes
Sem melhorias na infraestrutura, os alunos enfrentam um dilema:
1. Percorrer 4,2 km (ida e volta) até o Restaurante Universitário (RU) pelo trajeto mais longo, convivendo com a insegurança e o risco de assaltos.
2. Atravessar o “caminho da veterinária”, encarando lama, calor, escuridão e os riscos mencionados.
Prioridades questionadas
Enquanto os problemas do “caminho da veterinária” persistem, os estudantes questionam as prioridades da gestão da universidade. Investimentos significativos têm sido direcionados para a reforma da reitoria, construção de novos blocos e passarelas em outras áreas do campus, enquanto as demandas básicas dos alunos de Medicina Veterinária continuam sendo ignoradas.
Um apelo por mudanças
Os estudantes têm utilizado as redes sociais para denunciar a situação, marcando perfis institucionais como o da UFAC, e pedindo apoio do Diretório Central dos Estudantes (DCE). A pavimentação e iluminação do trajeto são tratadas como medidas urgentes e essenciais, não apenas para o conforto, mas para a segurança e dignidade dos alunos.
A comunidade acadêmica exige que a pavimentação do caminho seja tratada como prioridade pela administração da universidade, antes que novos incidentes graves ocorram. A UFAC, como espaço de ensino, precisa garantir condições mínimas para que os estudantes desenvolvam suas atividades de forma segura e digna.
