O Acre continua entre os estados brasileiros com tendência de aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de acordo com o Boletim InfoGripe divulgado na última quinta-feira (5), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estado aparece entre as 25 unidades da federação com níveis de incidência em alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo.
A capital Rio Branco também está entre as 15 capitais do país com nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco, e tendência de crescimento. A situação preocupa autoridades de saúde locais, principalmente pelo impacto sobre o sistema hospitalar, que ainda enfrenta forte pressão por conta da alta de internações, sobretudo entre crianças e idosos.
Segundo o boletim, os principais causadores do aumento nos casos de SRAG são os vírus Influenza A, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus. Entre as crianças de até quatro anos, o VSR é o principal responsável pelas internações, seguido pela Influenza A e o rinovírus. Já entre idosos, especialmente a partir dos 65 anos, a Influenza A tem sido o principal agente relacionado às hospitalizações e aos óbitos.
O boletim também apontou que, nas últimas oito semanas, a mortalidade por SRAG foi semelhante entre crianças e idosos, o que acende um alerta para os serviços de saúde. Enquanto entre os idosos o maior número de óbitos está associado à Influenza A, entre as crianças, predominam os casos fatais causados pelo rinovírus e pela Influenza A.
Diante do agravamento do cenário, em maio deste ano, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), decretou situação de emergência em saúde pública. A medida foi tomada após o aumento expressivo nos casos de SRAG e a superlotação dos leitos de UTI pediátricos. O decreto visa garantir a ampliação de recursos e agilidade nas ações de enfrentamento à crise, que segue impactando fortemente o sistema de saúde do estado.