
Trump chama presidente da Colômbia de “líder do tráfico” e anuncia fim de pagamentos dos EUA após denúncia de violação marítima e morte de pescador
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou neste sábado (18) o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ser “um líder do tráfico de drogas ilegais” e anunciou que os Estados Unidos irão encerrar “pagamentos e subsídios em larga escala” ao país, declaração divulgada em meio a uma grave crise diplomática entre Bogotá e Washington, gerada após Petro afirmar que forças norte‑americanas violaram o espaço marítimo colombiano e mataram um pescador.
Segundo postagem de Trump nas redes sociais, a política de apoio financeiro dos EUA a Bogotá será suspensa “a partir de hoje”, em retaliação, na visão do presidente norte‑americano, à suposta conivência do governo colombiano com a produção de drogas que abasteceria o mercado estadunidense. Na mesma publicação, Trump afirmou que, se Petro não “fechar esses campos de extermínio”, os Estados Unidos o farão “e isso não será feito de forma agradável”.
A reação de Petro ocorreu horas antes: o presidente colombiano denunciou que uma operação militar realizada por forças dos EUA no mar Caribe, parte de uma campanha dos EUA contra embarcações suspeitas de tráfico, teria violado a soberania colombiana e resultado na morte de um pescador identificado por Bogotá. Petro classificou o episódio como um homicídio e exigiu explicações de Washington.
O episódio integra um contexto mais amplo de operações militares e ataques navais promovidos pelos EUA no Caribe nas últimas semanas, justificadas pela Casa Branca como ações contra o transporte de drogas para os Estados Unidos. Autoridades americanas têm divulgado que várias embarcações suspeitas foram atacadas e que sobreviventes foram repatriados a países como Colômbia e Equador; os ataques, porém, também vêm provocando críticas internacionais e questionamentos sobre legalidade e soberania.
A troca de acusações entre os dois líderes eleva a tensão diplomática entre Bogotá e Washington. Analistas apontam que a suspensão de subsídios e pagamentos, se confirmada, representaria uma mudança abrupta na relação bilateral, já tradicionalmente marcada por cooperação no combate ao narcotráfico, cooperação que, nas palavras de autoridades americanas, agora estaria sendo revista diante da postura de Bogotá.
Até o momento, não há confirmação pública de negociações entre os governos para amenizar o impasse, e autoridades dos dois lados mantêm posições duras. O caso deverá repercutir nas próximas horas nas esferas diplomáticas e possivelmente em fóruns internacionais, enquanto famílias e comunidades afetadas pelas operações no mar Caribe exigem apuração e esclarecimentos.